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Colaboração: um sistema com 10 ingredientes

Em um contexto organizacional, a colaboração representa um movimento virtuoso de quebra de barreiras ao compartilhamento de conhecimento, tornando-se uma estratégia de maximização de desempenho econômico.

Ao colaborar, indivíduos se deslocam de uma posição de autossuficiência e passam a compartilhar o que sabem, ampliando o potencial de concepção e implementação de produtos e serviços inovadores. Como uma capacidade inerente ao capital social de uma organização, a colaboração se refere a pessoas e áreas em interação social expostas às forças de derivação e integração de ideias que permeiam a dualidade de fortalecimento do coletivo e do próprio indivíduo.

Gerir a colaboração é levar em conta a combinação dessa capacidade com outras capacidades – inovativa, absortiva e adaptativa- e que configuram um conjunto de recursos sociais, relacionais e culturais que tem um forte impacto sobre o resultado inovador.

A gestão da capacidade colaborativa especificamente depende da compreensão de um sistema social voltado a construção de conexões entre indivíduos, um conjunto de ‘ingredientes’ relacionais ligados a aspectos informais ou subjetivos que caracterizam os movimentos cíclicos da inovação- expansão de possiblidades e focalização para execução e implementação.

Os ingredientes da colaboração formam um conjunto de fatores integrados aos fluxos de subjetividade e objetividade- altruísmo, reciprocidade, transparência, autossuficiência, congruência, compartilhamento, flexibilidade, abertura, mobilização e acesso.

Cada um dos dez ingredientes que caracteriza a colaboração representa um entrelaçamento com os outros fatores e com dimensões da inovatividade- capacidades que uma organização tem que a tornam uma inovadora contumaz. Isoladamente, representam somente um ângulo desse mosaico de ingredientes e dimensões.

Os ingredientes em tensão direta são convergência e compartilhamento versus transparência e autossuficiência. Os dois primeiros são expressões da busca pela concretude coletiva e os dois últimos pela abertura de possibilidades, na perspectiva do indivíduo ou área funcional. Congruência e compartilhamento representam as forças de combinação de interesses que geram um entrosamento para que se exerçam escolhas. Envolvem um forte senso de interdependência, construído a partir da abertura ao poder alheio e pela capacidade de tolerância das diferenças. Transparência e autossuficiência são forças de expressão de uma identidade construída em torno da explicitação de uma vontade. Relacionam-se a capacidade de sustentar uma divergência sadia, ao se colocar com clareza determinado ponto de vista e sustentá-lo sem temor de um enfrentamento.

Outros quatro ingredientes evitam que as forças citadas anteriormente em tensão direta descambem para a polarização e a armadilha da destruição: mobilização, abertura, flexibilidade e acesso. Mobilizar pessoas e recursos com legitimidade requer uma firmeza para tomar decisões que preservem autonomia e que estimulem a experimentação. Uma abertura para assumir riscos e quebrar regras gera um comportamento criativo e compassivo de tolerância às suas próprias falhas e ao erro alheio. Uma flexibilidade para suspender pressupostos e lidar positivamente com a discordância propicia um ajuste dinâmico de pontos de vista em interações de alta voltagem.

Acesso a canais de informação e disposição para conectar pessoas resultam na difusão de conhecimento informal. Laços combinados de informação e compromisso ampliam as possibilidades para o aprendizado e ajuda mútua.

Finalmente, altruísmo e reciprocidade são resultantes da combinação dos outros oito fatores: a capacidade de agir além do que é necessário ou esperado surge da confirmação de expectativas positivas sustentadas pelo respeito aos compromissos assumidos. Confiança, cumplicidade, doação, generosidade e laços de boa vontade permeiam o benefício ao outro sem contrapartida de retribuição.

Nos próximos posts cada um dos dez ingredientes que caracteriza a colaboração será abordado em profundidade, visando auxiliar lideranças que buscam na colaboração uma forma de diferencial competitivo sustentável a refletir sobre seu sistema de gestão da inovação.

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