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Ativando o Soul da Colaboração: Inspirando líderes para inovar com o inimigo

Soul para nós é o caminho para que a Colaboração com o Inimigo aconteça. Mas porque inimigo? Para Adam Kahane, autor do livro recém lançado “Collaborating with the Enemy: how to work with people you don´t agree with or like or trust”, vivemos na tensão entre autorrealização (poder) e engajamento (amor). A colaboração com soul envolve o fluxo contínuo entre poder e amor, que se expressa na afirmação de que “sozinhos não damos mais conta; e se sozinhos não damos mais conta, a mudança começa por mim”.

Para Adam Kahane, poder e amor são faces da mesma moeda e indissociáveis. Muito poder significa competição que fragmenta. Muito amor resulta em ineficiência e falta de concretização. Nessa tensão, o inimigo é metáfora da dificuldade que temos em verdadeiramente colaborar, quando nos vemos como parte da solução e não somente como expectadores onde a mudança depende do outro.

No mundo da gestão, estamos acostumados a uma colaboração sem soul, onde focamos em alinhamento, convergência e resultados.

Damos erroneamente o nome colaboração a um estilo de gestão voltado à cooperação ou coordenação de atividades, onde buscamos de fato homogeneidade, controle e previsibilidade.

No entanto, está cada vez mais difícil sustentar uma gestão sem soul em um mercado cada vez mais dependente de flexibilidade e capacidade para inovar. Ambientes desse tipo exigem relacionamentos colaborativos com soul, onde a autoconsciência ou consciência introspectiva propiciam a superação das tensões da colaboração. Para superar essa tensão, é necessário compreender o fenômeno da colaboração como um desafio de gestão em ambientes complexos, onde determinadas causas e condições exigem novas formas de se lidar com organizações em constante estado de mudança.

A tensão na colaboração também é tema no livro “Managing to Collaborate”, de Chris Huxham e Siv Vangen. Esses autores buscam sintetizar os desafios da colaboração em um conjunto de tensões, que explicitam como a colaboração requer o reforço contínuo e esclarecimento de objetivos individuais e coletivos.

Huxham e Vangen entendem que, em função desse conjunto de tensões, a colaboração é a última escolha a ser feita por envolver um esforço contínuo de reafirmação do que queremos — individual e coletivamente — e do que nos move para estar juntos em função de algo. Sabemos também que além desses desafios de gestão, há a dificuldade fundamental em confiar, quando em nós mesmos não existe uma condição de integridade e de lucidez inerentes a uma colaboração construtiva, que transforme a ideia do inimigo em confiança a priori.

Colaboração com soul é um caminho de gestão que visa superar as tensões inerentes ao processo de realizar-se e realizar com os outros, utilizando um conjunto de indicadores de autoconsciência; compartilhamento de conhecimento; convergência para um resultado; e campo de criação coletiva.

Para isso, propomos um processo reflexivo em torno de “CollabSoul-Cards”, um game que visa ampliar a consciência sobre os recursos que podemos ativar para lidar com a colaboração em geral, mas principalmente para lidar com os aspectos em nós mesmos e nos outros que sustentam o caminho da colaboração com soul.

O game consiste em rodadas sucessivas de aprendizado em torno de experiencias concretas dos próprios participantes que levem a reflexão sobre os fatores que fazem com que a colaboração aconteça e de como podemos agir mesmo com o inimigo.

No trabalho, encontramos pessoas com as quais não concordamos ou gostamos ou confiamos, fazendo com que colaborar pareça impossível. O que podemos fazer? Para Adam Kahane, consultor fundador de Reos Partners, tudo o que pensamos que sabemos sobre colaboração — que exige uma equipe harmoniosa que concorda sobre onde está indo e como vai chegar lá — está equivocado. Kahane conviveu com Nelson Mandela tratando o período de transição na Africa do Sul e foi inspirado por uma frase emblemática ´Se você quer fizer as pazes com seu inimigo, você tem que trabalhar com seu inimigo. Em seguida, ele torna-se seu parceiro´. Para Adam, a única maneira de fazer coisas com outros é abandonar a ilusão de harmonia, acordo e o controle e aprender a trabalhar com a discórdia, a experimentação e a cocriação genuína.

“Colaborando com o Inimigo: Ativando o Soul da Colaboração” é um convite para superar a tensão entre autoconsciência e coletivo, ou do que queremos para nós (como autoexpressão) e do que o mundo pede de nós (como expressão do todo). Assim nos tornamos mais aptos a impulsionar iniciativas coletivas em ambientes complexos — aqueles onde não sabemos claramente qual é o problema e também onde não temos a mínima ideia de como será a solução — .

Marcelo Castilho éCo-Founder do CollabSoul, um movimento de autoconsciência em prol do coletivo, que busca a criação e o fortalecimento de projetos que resultem em Inovação para a Felicidade tanto no âmbito de indivíduos como de organizações, cidades e países. Marcelo tem se dedicado a compreender o fenômeno da Colaboração em Organizações, com artigos publicados em Congressos internacionais de Gestão na Irlanda e Austria. É doutorando em Administração, especialista em Mediação Organizacional pela Trigon, Alemanha e Master ofArts in Automotive Design pela Coventry University, Inglaterra.

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