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Porque amamos Coworkings

O que vemos ao nosso redor é só a ponta do Iceberg. Estamos iniciando um caminho de descoberta da capacidade de colaborar e esse caminho passa pela nossa compreensão do que já se foi- mas que teimamos em viver- e com o que está por vir- daquilo que já saboreamos, mas ainda não acreditamos ser possível no dia a dia.

Sabemos que a ´fronteira´ da Inovação não está nas organizações tradicionais. Já estamos invadidos pela ideia que o mundo agora passa pelas startups, incubadoras e Coworkings. Existem também os hoffices; as casas abertas; as incubadoras sociais; e o crescimento vertiginoso de colivings.

O caminho é árduo pois vivemos duplicados, ´dando seta´ para ambos os lados- simultaneamente. Estamos tanto no ´modo´ economia do compartilhamento e a ideologia da gift economy permeada pela lógica da confiança, abundância e doação da mesma forma que celebramos em pequenas ações paroquiais ou em grandes atos de estratégia o oportunismo, a busca de uma vantagem competitiva e a proteção.

A capacidade colaborativa relaciona-se exatamente a esse contexto de ambientes turbulentos e da necessidade de reconfiguração, onde novas formas de organização, mais horizontais, distribuídas e de base mais relacional e menos transacional buscam dar conta dessa complexidade. A capacidade colaborativa é ‘fractal’ em distintos níveis de analise- individuo, time, intrafirma e entre firmas- e surge desse ambiente incerto e de alto risco que leva a percepção de que sozinhos não damos conta.

Mas, mesmo alinhados por essa percepção e cientes dos benefícios evidentes da melhoria de desempenho das organizações quando estas se organizam em redes colaborativas e na formação de alianças guiadas pela colaboração, a maior parte das alianças entre organizações falham.

Em recente pesquisa sobre desafios da Colaboração em Coworkings, exploramos uma série de desafios que repercutem na compreensão de como organizações podem colaborar com alto desempenho. Nessa pesquisa, observamos e vivenciamos o que acontece entre coworkers e também ouvimos community builders e fundadores, em espaços de Coworking localizados em seis países diferentes na Ásia. Ficou evidente que as dificuldades têm relação com quatro meta dimensões. A primeira delas tem relação com o quanto estamos aptos a compartilhar conhecimento; a segunda dimensão espelha a dificuldade que encontramos em alinhar, convergir e buscar um resultado de alto impacto. A terceira dimensão nos leva a refletir sobre o quanto buscamos a autoconsciência em prol do coletivo. E a quarta e última dimensão nos revela a sutileza em reconhecer que há sim um campo de criação coletiva que movimenta pessoas e times.

Amamos Coworkings porque esses espaços potencializam o know how da organização essencialmente latente, aquele que se materializa por meio de conexões onde a fonte de alavancagem é exponencial, em nódulos dispersos com um alto nível de intelecto especializado. Amamos quando nos afastamos da mera concepção do espaço físico e enxergamos o Coworking como um conjunto de práticas emergentes de criação e compartilhamento de conhecimento, impulsionando a formação de redes ´teia de aranha´ inter organizacionais.

Coworkings popularizaram um estilo de vida fundamentado tanto no trabalho flexível, sem estrutura hierárquica, usado principalmente por empreendedores e que vem despertando um alto potencial de construção social coletiva, onde o poder é ancorado ao propósito de relacionamentos guiados pelo ´modo´coletivo.

Em síntese, a turbulência econômica, política e social que vivemos tem sua origem em diversos fatores e se manifesta tanto no impulso para a hipercompetição, como também na consciência do esgotamento dos modelos baseados em concentração de recursos e proteção. Estamos assim em um período onde a capacidade colaborativa só faz sentido quando se volta a reconfiguração de recursos e capacidades que promovam e impulsionem uma construção social baseada em confiança, comunicação e compromisso, mas também aquela que lida, que inclui o que temos, com o que está funcionado e com as experiências que nos trouxeram aonde estamos hoje.

Vemos Coworkings também com um olhar essencialmente pragmático, como uma organização que presta serviços de promoção da criação e desenvolvimento de alianças colaborativas entre organizações para a potencialização de negócios. Coworkings podem ir muito além, sendo laboratórios da coexistência entre a perspectiva do oportunismo em se ´tirar vantagem de algo´ e a construção de um ambiente comum de benefícios mútuos, visível nas novas formas de interação construídas em torno do ajuste contínuo em desequilíbrio, descontinuidade e inovação.

As novas formas colaborativas Inter organizacionais presentes em Coworkings, quando alcançarem um estágio de maturidade superior, seguramente sustentarão uma combinação imbatível de recursos voltados a criação e comercialização de novas fontes de valor, baseados na generosidade, diversidade e inclusão.

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