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Como a colaboração pode de fato impactar a inovação?

por Marcelo Ferreira de Castilho

Sabemos que baixos níveis de colaboração impactam no resultado inovador, tanto em uma organização como em um ecossistema. Se você já participou de um projeto com alguma forma de criação coletiva que traga pessoas de múltiplas áreas, você deve ter ficado intrigado como esse poder que nasce da colaboração é difícil de alcançar. Notamos que várias invenções, obras de arte e outros produtos criativos foram na maior parte das vezes gerados na mente de uma pessoa.

Sabemos que baixos níveis de colaboração impactam no resultado inovador, tanto em uma organização como em um ecossistema. Se você já participou de um projeto com alguma forma de criação coletiva que traga pessoas de múltiplas áreas, você deve ter ficado intrigado como esse poder que nasce da colaboração é difícil de alcançar. Notamos que várias invenções, obras de arte e outros produtos criativos foram na maior parte das vezes gerados na mente de uma única pessoa.

Sabendo então dessa força do indivíduo e do poder de cada indivíduo em potencializar a sua autoria em projetos inovadores, como a colaboração pode de fato impactar a inovação? Uma pesquisa publicada no diário Manufacturing & Service Operations Management (M&SOM) aponta para diferentes resultados entre colaboração e inovação, atrelados tanto a força do indivíduo como a força do coletivo.

No caso de projetos que precisam de uma visão completa (por exemplo, no desenvolvimento de um produto) os estudos destacam o quanto um trabalho extraordinário ainda está concentrado fortemente no talento e energia de apenas uma pessoa. Quando este trabalho é compartilhado em um grupo, embora o resultado seja encorajador, é preciso uma grande coordenação e compartilhamento de informações para que todos consigam ter a visão do todo e contribuir de forma efetiva.

Em certas condições e contextos, faz mais sentido a colaboração como fonte principal de um resultado inovador. No caso de projetos modulares, que exigem conhecimento de várias áreas diferentes e podem ser particionados, verificou-se que um criador individual tem 17% menos chance de chegar a uma descoberta inovadora, quando comparado com aqueles que tiveram um trabalho em grupo.

Uma constatação chave dessa pesquisa é que, independente do perfil do projeto e da complexidade que envolve determinados projetos e programas, a colaboração tem um papel muito importante. Mesmo no caso da geração de ideias conduzida isoladamente por indivíduos, verificou-se que estas pessoas, para ser bem sucedidas, estiveram envolvidas em trabalhos anteriores de colaboração em grupos. Ou seja, trabalhar sozinho após uma experiência significativa de colaboração com outros levou a uma performance superior de inovação. 

Vale lembrar que a colaboração é sempre a última opção entre alternativas mais brandas de comprometimento, como a cooperação ou a mera coordenação, mas faz todo o sentido, mesmo sabendo do poder do fortalecimento de indivíduos em busca do melhor resultado possível, no potencial máximo de sua autoria.

Confira a pesquisa completa:

https://sites.insead.edu/facultyresearch/research/doc.cfm?did=65714